sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

A dificílima missão de ter sucesso como trader - Análise de um estudo da FGV

E aê pessoal, tudo de boa?



        Após postar o segundo episódio das Crônicas do desastre financeiro, onde nosso protagonista Joãozinho resolveu virar trader, me lembrei de um estudo publicado pela FGV em 2019, que apontou que viver de daytrade é quase impossível, porém cada vez mais brasileiros praticam tal modalidade de investimento/especulação (clique aqui caso queira ver a matéria na íntegra). Diante da relação entre os temas resolvi fazer uma pequena análise do estudo, trazendo aqui alguns dados e tecendo comentários a respeito. Vamos lá?
     O estudo foi encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV) pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e se concentrou em dois tipos de ativos normalmente negociados no day trade: contratos de mini-índice e contratos de mini dólar (lembram-se de Joãozinho operando mini dólar? Clique aqui caso queiram ver). O período de análise foi de 6 anos (2012 a 2017).
       Nos casos parecidos com o do nosso Joãozinho (mini dólar) os números são alarmantes: de 14.748 pessoas que operaram entre 2013 e 2015, 13.612 pessoas acabaram desistindo da empreitada... será que desistiram porque lucraram demais e se aposentaram? Hehehehe bem provável que não...
          Os "heróis" da resistência do mini dólar, 1.131 pessoas que ficaram operando por mais de um ano, 938 (83%) tiveram prejuízo, ou seja, somente 193 pessoas saíram com saldo positivo... pena que o estudo não mostrou o quão positivo foi esse saldo, porque sinceramente não imagino que mais de uma dúzia de pessoas saíram com um lucro considerável durante todo esse período, de forma que valesse mais a pena fazer trade do que gastar o tempo com outra atividade, como ser motorista de aplicativo.
        Sinceramente eu preferirira dirigir para a Uber ou outro equivalente do que passar raiva por 1 ano com altos e baixos numa operação complexa, volátil e de comportamento caótico.
         Quando o estudo passa a analisar os contratos de mini-índice a situação fica pior: mais pessoas (19.721) operaram e 92,1% desistiram (18.163), e dos 1.558 que persistiram por mais de 300 pregões (o ano tem 252 dias úteis, desconsiderando eventuais feriados em São Paulo, onde fica a sede da B3), 91% (1417) tiveram prejuízo...
         Mas o pior ainda está por vir: dos 140 que conseguiram lucrar, apenas 13 pessoas conseguiram tirar uma média de R$300,00 por dia... uma quantidade muito pequena de pessoas para um universo tão grande... aqui eu volto novamente para a ideia de dirigir para um aplicativo, por incrível que pareça as chances de se perder o dinheiro num furto ou roubo me parecem menores rsrsrsrs


Até a próxima!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Crônicas do desastre financeiro: #2 Joãozinho Contra Ataca - Desta vez virou daytrader de OIBR3/4

E aê galera, tudo de boa?


          Seguindo nessa saga super maluca das pessoas que acham que podem ficar multimilionárias da noite pro dia, vamos para o segundo episódio de nosso protagonista "Joãozinho", só que ao contrário do "Joãozinho" das piadas, que sempre se dá bem, esse Joãozinho do mundo financeiro não dá uma dentro...
          Muito tempo depois de ter tomado uma surra no mercado de mini contratos de dólar e de ter declarado disposição apenas para investir na poupança, no máximo, Joãozinho se vê diante de uma Reforma da Previdência aprovada em 2019 e percebe que terá que trabalhar mais 500 anos para tentar se aposentar um dia na República das Bananas... essa notícia caiu como uma bomba no colo do nosso protagonista, que ficou umas boas semanas em estado de coma semi profundo,sem saber o que fazer...
        Eis que, então, Joãozinho, vendo o cerco se fechar para o seu lado, uma vez que é extremamente consumista e nunca poupou de forma séria e responsável para o futuro, tem aquele insight, uma ideia magnânima daquelas que diferencia os homens dos meninos: fez uma assinatura de uma casa de research que, segundo ele, iria passar todas as calls do mercado que ele tanto precisava para ser um trader de sucesso e ficar multimilionário comprando e vendendo ações no timing exato, mesmo sabendo que milhares de pessoas receberam a mesma dica quente de comprar e vender alguns ativos em determinados momentos.

Como Joãozinho se via em D+1

       Acontece que Joãozinho, seguindo a dica do guru do mercado, resolveu desbravar o mundo do daytrade comprando e vendendo OIBR3/4, utilizando uma quantia inicial de aproximadamente R$1.000,00. Me mandava mensagem em algumas horas do dia falando que havia acabado de ganhar R$50,00 seguindo uma call, outra hora que havia ganhado mais uns trocados, enfim, estava "fazendo" dinheiro no trade.
        Não sei qual a corretora que ele usa mas provavelmente não oferecia algum tipo de margem para  operar, pois por volta de umas 16h da tarde ele me mandou uma mensagem furiosa, dizendo que havia recebido uma super call da casa de research para comprar mais OIBR3, mas que não conseguia fazer operações pois sua corretora tinha bloqueado seu dinheiro lá dentro (suspeito que deve ter chegado a colocar uns R$3.000,00 a mais na brincadeira durante o dia) , e disse ainda que iria reclamar na CVM, acionar a justiça e todo aquela conversa mole que os perdedores normalmente fazem para tentar transferir a responsabilidade dos seus atos para terceiros...
          Enfim, Joãozinho queria ser o mestre do trade sem saber o básico de prazo de liquidação de operações em bolsa, e sem saber que essa modalidade exige uma certa margem para se operar... vamos ver até quando Joãozinho continuará com a sua saga e até quando ele trará inspirações para mais histórias nessas Crônicas do desastre financeiro.

Até mais!
              
              

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Renda Passiva jan/2020: R$465,17 (+151,51% que jan/2019) 😮😮😮

Saudações meu povo e minha pova!

        E aí, como foram de virada de ano, tudo de boa? Aqui nos meus investimentos anda tudo tranquilo, e esse início de 2020 veio bem mais forte em proventos do que eu imaginava, pois pensava que receberia na faixa dos R$220 a R$230,00 e tive a grata surpresa de receber uma quantidade de proventos bem acima da média de um FII em particular (que em um post passado foi chamado carinhosamente de "rolinho", o RBFF11), além de outros três ou quatro FIIs que pagaram um valor a mais nesse mês e contribuíram para o resultado de R$465,17, o segundo maior da minha série até hoje (perdeu apenas para março/2019). 

           Uma pequena parcela também foi fruto de dividendos e JSCP das ações, mas que não chega a 10% do total de proventos mensais.
            O "rolinho" RBFF11 não é muito bem visto pelos investidores por se tratar de FoF (fundo de fundos), que basicamente investe em outros fundos imobiliários e tem como benchmark o índice IFIX, uma vez que se paga taxa de administração duas vezes, uma para o gestor do fundo originário e  outra para o gestor do FoF. Particularmente gosto deste FII, tenho ele a bastante tempo, me fornece uma certa diversificação e vi com bons olhos a mudança recente de gestor. O FII está para iniciar o exercício do direito de subscrição de um grande número de cotas a um preço total de R$79,09 por cota, bem mais conta que os R$110,00 que estava sendo vendido no início do mês, o que me deixa tentado em subscrever ao menos parcialmente os meus direitos nesse FII.
             Eu sei que a tendência do valor de cota é atingir valores próximos ao da subscrição, porque muita gente vê como oportunidade de realizar lucro ao vender suas cotas atuais por um valor mais alto e, com o dinheiro da venda, mesmo descontando IR de 20% sobre o lucro, conseguir comprar mais cotas que possuía antes, até pensei em fazer isso mas acabei desistindo, uma vez que meu negócio é acumular patrimônio progressivamente... talvez numericamente não tenha sido a melhor opção, mas é  a opção que me deixou mais tranquilo e de acordo com os meus objetivos, então não me arrependo... mês que vem resolvo se entrarei mais forte nesse FII ou não.

               Até o próximo!